Com tarifa de 50% exportações do brasil aos EUA caem 18,5% e agosto tem maior déficit do ano com o país

Brasília, 4 de setembro de 2025 — O comércio exterior brasileiro sofreu um duro revés em agosto. As exportações para os Estados Unidos recuaram 18,5% em relação ao mesmo mês de 2024, puxadas principalmente pela queda nas vendas de aço, soja e derivados de petróleo. Com isso, o Brasil registrou o maior déficit mensal do ano na balança comercial com os norte-americanos.

Segundo dados preliminares do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o saldo negativo com os EUA ultrapassou US$ 2,3 bilhões em agosto. Enquanto as exportações somaram cerca de US$ 3,9 bilhões, as importações de produtos norte-americanos chegaram a US$ 6,2 bilhões, impulsionadas pela compra de combustíveis, fertilizantes e equipamentos industriais.

Fatores da queda

• Tarifas adicionais dos EUA: A sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros de base agrícola e siderúrgica, implementada em agosto, já impactou diretamente os embarques. 10% reciprocidade + 40% de tarifa politica.

• Menor demanda externa: A desaceleração da indústria norte-americana reduziu as compras de aço e insumos.

• Alta das importações brasileiras: A necessidade de combustíveis e insumos para a safra 2025/26 aumentou as compras externas.

  Especialistas alertam que, se a tendência continuar, o déficit comercial com os EUA poderá superar US$ 15 bilhões em 2025, tornando-se o maior dos últimos dez anos. Isso pressiona a balança comercial geral e amplia desafios para a política cambial brasileira